quarta-feira, 21 de maio de 2014

Resenha do Livro "Educação Sexual e Formação de Professores: da educação sexual que temos à educação que queremos"

A EMANCIPAÇÃO DA SEXUALIDADE

Paulo Augusto Costa Santos
Acadêmico do Curso de Educação Física Licenciatura
Bolsista membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB)
Coordenadora: Prof.ªDra. Cláudia Bonfim
paulo_cp_26@hotmail.com



BONFIM, C. EDUCAÇÃO SEXUAL E FORMAÇÃO DE PROFESSORES: da educação sexual que temos à educação que queremos. João Pessoa: Editora Universitária Da UFPB, 2010.

A autora pós-doutoranda em Educação na área de História e Filosofia, Cláudia Bonfim é Licenciada em Biologia pela Faficop/Uenp, onde também se especializou em Metodologia e Didática do Ensino e realizou seu Mestrado em Educação. Atua como professora universitária na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco na cidade de Cornélio Procópio, onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB). É vice-presidente da Abrades (Associação Brasileira Para a Educação Sexual) e autora do livro Desnudando a Educação Sexual.
Está obra contem 267 páginas, é divida em três capítulos onde a autora busca emancipar a sexualidade de pais, professores e alunos quebrando tabus, preconceitos e conhecimento empírico. Claudia utiliza autores como Foucault, Gadotti, Marx, Freud, Reich, entre outros.
No capítulo I, Claudia Bonfim, retrata muito bem a sexualidade na antiguidade onde era influenciado pelos dogmas da igreja católica e pelo puritanismo, além dos dogmas religiosos influenciarem a educação sexual, o sistema econômico (capitalismo) também interfere na educação sexual fazendo com o que a sociedade si torne alienada. Outro ponto que  influencia a educação sexual  é a medicina através de métodos contraceptivos. O uso do rádio era a mídia da época que através de uma pratica social influenciava a educação sexual das pessoas. Com esses fatores a sexualidade era vista como meramente biológico, entendida a partir da funcionalidade de seus órgãos, de função geradora, o que acontece até hoje.
            No capitulo II, a autora procura explicar a educação sexual na universidade e nas escolas, que com a reforma pombal passou a ser conduzida pelo estado, onde a função das elites influenciava na vida sexual brasileira, a partir dos anos de 1960 houve a implantação da educação sexual nas escolas, as aulas eram dadas a partir dos onze e doze anos de idade, o conteúdo era a reprodução humana, despertando curiosidade nos alunos, com o passar dos anos a educação sexual foi tratada de forma mais ampla, sendo focalizado o questionamento dos jovens, mas isso resultou suspensão de professores e  expulsão de alunos.  A  escola em si preparava alunos para o mercado de trabalho e não um ser pensante com criticidade. Durante o Golpe militar a sexualidade se tornarem ainda mais biológico e reprimiam as manifestações da sexualidade, era voltado para a reprodução, maternidade, e desenvolvimentos biológicos. Após a chegada da AIDS no Brasil a educação sexual na escola passou a ser de métodos preventivos, e de medico-higiene-biologista, não era voltado para uma educação sexual emancipatória mais sim voltada um educação sexual somente medico-biologista.
No capitulo III, o livro nos mostra que a sexualidade tem grande importância no desenvolvimento da vida psíquica das pessoas, pois, independemente da reprodução, relaciona-se com a busca do prazer, necessidade fundamental dos seres humanos. É necessário ressaltar que a sexualidade deveria trabalhada na escola de acordo com cada fase, a partir da curiosidade individual de cada um. Os professores e os pais devem tratar do assunto com naturalidade, porque a criança aprende pelo gesto, pelas ações muito mais do que palavras.
A autora quer emancipar as pessoas mostrando que a sexualidade é natural, saudável, inerente ao nosso ser e não pode ser vista como pecado, imoral, a sexualidade é algo ligado à vida. A autora nos faz entender que sexualidade não é somente o sexo biológico, sexo masculino e feminino, mais sim que sexualidade é o sentir, expressar, é construir nossa identidade de gênero, trata-se também de nossos sentimentos, conhecimentos, interações, relacionamentos que estabelecemos durante nossa vida desde quando nascemos.
            A autora utilizou-se do método de abordagem qualitativa e caráter histórico-bibliográfico, para a coleta de dados foram utilizadas as seguintes técnicas: questionários dissertativos e observação, decorre da sua tese de doutorado. Sendo este resultado de uma tese da autora.
Esta obra pode ser indicada para todas as pessoas que querem ampliar seus conhecimentos sobre sexualidade, é uma obra com linguagem simples de entender.



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