quarta-feira, 2 de outubro de 2013

EDUCAÇÃO SEXUAL: O caminho para emancipação.

 Yeda Alves
Acadêmica do Curso de Administração
Bolsista membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB)
Coordenadora: Profª Dra Cláudia Bonfim


BONFIM, C. DESNUDANDO A EDUCAÇÃO SEXUAL. Campinas, SP: Papirus, 2012.
            A autora doutora em Educação na área de História e Filosofia, Cláudia Bonfim é Licenciada em Biologia pela Faficop/Uenp, onde também se especializou em Metodologia e Didática do Ensino. Atua como professora universitária na Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco na cidade de Cornélio Procópio, onde coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade (GEPES PET MEC FDB). É vice presidente da Abrades (Associação brasileira para a Educação sexual) e autora do livro Educação Sexual e Formação de Professores: Da Educação que temos a Educação que queremos.
            Esta obra contém em 144 páginas, dividida em três capítulos onde a autora busca fazer com que pais e professores, família e escola reflitam sobre a sexualidade, reforçando sempre que sexualidade não é apenas sexo, mas sim, tudo que dá prazer a uma pessoa; atos simples, como o de degustar um prato saboroso, ir ao banheiro, estar com alguém que amamos de verdade, que gostamos da companhia. Na obra a autora tenta passar aos leitores de forma instigante os fatores que interferem na construção da sexualidade do indivíduo, com intuito de ajudar a melhorar e transformar a qualidade de vida das pessoas. Entre vários autores, Cláudia utiliza citações de Nunes, Silva, Ianni, Galeano, Guimarães, Moreno, entre outros. Fazendo com que fique impossível para qualquer leitor, não se imaginar diante de tais situações durante sua vida escolar, familiar e social.
          Na primeira parte, a introdução, é passado aos apreciadores o objetivo do livro, conceitos de alguns temas e o mais importante, orientações de como fazer com que jovens e adolescentes reflitam sua sexualidade na escola, onde vivem em grupos, onde aflora a curiosidade, e na maioria das vezes, onde mais são reprimidos, pois professores foram apenas ensinados a falar de sexo como biologia, e reprimem qualquer curiosidade ou interesse que não faça parte da ‘biologia’. A parte 2, começa com uma citação de Regina de Moraes que logo de cara passa a ideia do que iremos encontrar nesse capitulo fantástico em que é direcionado aos pais e professores que receberam uma educação sexual reprimida e a passam assim a seus filhos. Nessa parte a autora deixa claro, que estudar o corpo, a sexualidade não é algo fácil, mas afirma que não podemos reduzir nosso corpo a funções biológicas, e nem entregar-se aos sedutores apelos capitalistas e mercadológicas, como somos instigados a fazer pela sociedade, através de televisões, revistas, entre outras coisas que vemos o tempo todo, fazendo com que o pensamento de ‘vender’ o copo, reduzir ele a um ‘braço forte’ ou a algo que tenha finalidade de dar prazer à outra pessoa (na maioria dos casos isso serve para mulheres) seja considerado algo normal.
        Finalmente a parte 3, que aborda um tema, delicado e polêmico ao mesmo tempo, que é a sexualidade de crianças e adolescentes com necessidades especiais, defendendo que mesmo com suas limitações e atrasos, todos precisam ter acesso a informação para não encarar a sexualidade de maneira errada, exacerbada, mercantilista e sem carinho, amor, atenção, em alguns casos até mais do que os considerados ‘normais’, pois, um jovem com problemas mentais não entende que certas coisas precisam ser feitas reservadamente, mesmo que seu corpo tenha se desenvolvido para isso, sua mente ainda é infantil e precisará de conselhos, cuidados, para que não acabe virando um problema para esse jovem. Para que isso ocorra de maneira correta o capítulo traz propostas de atividades para que problemas sejam evitados e essa sexualidade ocorra de maneira correta.
        Quando chegamos ao fim do livro, o único pensamento que nos vem à mente é: Nossa, mas já acabou? Seria impossível indicar esse livro pra um grupo de pessoas isolado, e podemos explicar o porquê com apenas 2 motivos: O primeiro é que o objetivo, a vontade da autora é formar uma rede de pessoas conscientes de que sexualidade não é só sexo, de que se passarmos isso para crianças e jovens da maneira correta podemos criar cidadãos melhores, mais amáveis, mas como uma andorinha não faz verão, para que isso ocorra é necessário que todos juntem forças para que um ensine e ajude o outro. O outro motivo é que da diretora a zeladora, da avó ao neto, todos devem saber o que é sexualidade, todos deveriam ter esse livro em suas mesas de cabeceira, o livro relata assuntos que todos vivenciam, seja em casa com um filho, com um aluno, com um amigo, ou até mesmo com si próprio, como citado anteriormente, é impossível ler e não se imaginar em tais situações.
 

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