terça-feira, 8 de maio de 2012

A vivência da sexualidade na era virtual


ESSE MUNDO DIGITAL, TEM DIGITAIS? Uma Análise Crítica das Relações Afetivas e Sexuais na Sociedade Pós Moderna

BONFIM,  Cláudia


Nos dias 19 e 20 de abril de 2012, estivemos participando do I Encontro Internacional sobre o Uso de Tecnologias da Informação por Crianças e Adolescentes/Jovens  adultos: E.S.S.E. MUNDO DIGITAL, promovido pela Coordenação de Telemedicina da  Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FCM-UERJ), realizado no Colégio dos Cirurgiões no Rio de Janeiro.

Entre os participantes do evento estavam presentes Profissionais das áreas de saúde, tecnologia da informação, comunicação, educação, sistema de garantias de direitos, pais e demais interessados que lidem com crianças/adolescentes usuários das TIC.

 O objetivo central do encontro era apresentar temas relevantes e promover debates com a participação de especialistas brasileiros e internacionais sobre como transformar o uso da internet numa fonte mais segura, ética, educativa e saudável de conhecimentos, além de uma ponte de diálogo entre as gerações.

 Diversos temas foram abordados entre os quais destacamos
Tecnoestresse e transtornos de comportamentos/dependência à internet
Cyberbullying, sexting, grooming, abusos on line, pornografia, pedofilia e exploração sexual
O papel da escola e da educação digital: queda ou melhora no rendimento escolar
Violência online / Cybercrimes e Questões legais associadas ao uso da Internet
Inclusão e exclusão digital
Redes sociais
Direitos humanos e segurança na internet
Ética e valores na era digital

Apresentamos dois trabalhos que produzimos dentro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação e Sexualidade – GEPES  da Faculdade de Ensino Superior Dom Bosco, financiado pelo Programa de Educação Tutorial do Ministério de Educação (PETMEC) e pela Capes e fui acompanhada das alunas do grupo Cintia Cezário e Isabella Oyamada que além de participarem das palestras também ficaram responsáveis juntamente comigo pela entrega de folders do Grupo para divulgação aos participantes dos trabalhos do Gepes PET MEC FDB CAPES.







Apresentamos dois trabalhos na categoria pôster, um mostrando que o uso excessivo e inadequado pode ser negativo e promover a desumanização das relações afetivo-sexuais, mas o outro trabalho apontando que isto é dialético, pois se soubermos utilizar adequadamente as tecnologias de informação estas podem ser um rico recurso educativo, e promover a formação da consciência crítica e a humanização da vivência da sexualidade.  Atualmente, as crianças e os adolescentes vivem em dois mundos: aquele que todos nós conhecemos o mundo real, e o mundo digital. Na busca pela autonomia e de sua própria identidade, vão enfrentando oportunidades interessantes e surpreendentes que aparecem, mas também perigos e riscos à saúde, à segurança, além de questões éticas, legais e educacionais. No mundo digital todos vivem conectados, seja pelo computador ou pelo telefone celular, com linguagem própria e constantes mudanças de comportamento. A internet atravessou fronteiras, dissolveu barreiras culturais, penetrou bloqueios políticos, vaporizou diferenças sociais e cresceu mais rápido e em todas as direções, superando expectativas e certezas tecnológicas num mundo globalizado e cada vez mais conectado.  Qualquer conhecimento ou informação está disponível com o apertar de um botão. Usada com respeito e cuidado, as tecnologias da informação e comunicação (TIC) podem oferecer aos jovens uma perspectiva mais abrangente do mundo à volta. Mas existem riscos à saúde, quando se extrapolam os limites entre o real e o virtual, entre o público e o privado, entre a intimidade e o isolamento com a distorção dos fatos, de dados ou das imagens “reais”. A repercussão do uso excessivo ou inadequado destas tecnologias tem provocado efeitos no desenvolvimento de crianças e adolescentes tanto na saúde corporal como mental e comportamental, inclusive influenciando nos estilos de vida e nos relacionamentos sociais e sexuais. Computadores nas escolas e universidades sem treinamento prévio dos professores podem significar avanço ou perigo à vista, assim como nas lan-houses ou mesmo na sala de qualquer família que nem sabe do que acontece no dia-dia de seus filhos.

 Neste post apresentamos brevemente um dos trabalhos apresentados intitulado:  A VIVÊNCIA DA SEXUALIDADE NA ERA VIRTUAL. ESSE MUNDO DIGITAL, TEM DIGITAIS? Uma análise crítica das relações afetivas e sexuais na sociedade pós moderna


Leia  abaixo e ouça nosso áudio post para acompanhar na íntegra nossas reflexões.






Após o estudo considera-se, que na era virtual o homem  a sensorialidade e o erotismo perderam espaço a pornografia;  o diálogo real para as mensagens digitadas ou pela webcam; diminuindo-se o convívio real, o toque, inclusive entre amigos e familiares (pais e filhos, marido e esposa, namorados) tem sido substituído por relações virtualizadas, o toque por imagens. Entendendo a sexualidade como desenvolvimento e relacionamento humano em todas as suas dimensões: familiares, afetivas, sociais e sexuais, podemos afirmar,  que nesse mundo digital, as relações não são marcadas pelas digitais humanas (tato, toque, abraço, beijo, carinho, afagos, mãos, pele, olfato, cheiro, etc.).  


As pessoas vivem conectadas com milhares de pessoas no mundo virtual, mas ao mesmo tempo, estão ou sentem-se completamente solitárias no seu mundo real. Até mesmo o sexo que torna-se mecanizado. Se por um lado, as tecnologias de informação, em especial a internet e as mídias e redes sociais contribuem para aproximar os que estão distantes geograficamente, inconscientemente, a forma de agir do homem pós-moderno estimulada através destas tecnologias têm levado muitas pessoas a se distanciarem dos que estão próximos; o que  contribui para a desumanização das relações afetivas e sexuais e consolida uma visão reducionista de sexualidade, onde próprio ato sexual torna-se cada vez mais instintivo, mecanizado, hedonista  e genitalizado.  que nos convoca para um trabalho na contramão desse viés, visando promover a humanização da sexualidade para que esta possa ser vivida de maneira plena, qualitativa, saudável, prazerosa e com responsabilidade ética, afetiva e corporal. No tocante às relações afetivas e sexuais neste mundo digital, falta literalmente, sentirmos as verdadeiras digitais."   

(Profª Dra Cláudia Bonfim)

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